Gerativismo e os pensamentos que levaram às concepções linguísticas atuais

O gerativismo foi fundado por Noam Chomsky (1928-), linguista norte-americano, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts – o famoso, MIT.

Chomsky
Sua proposta é a de que os enunciados ou frases das línguas naturais deveriam ser interpretados em dois níveis: a representação superficial – a que Chomsky chamou de desempenho linguístico, e Saussure, de parole -, que se daria a partir de transformações impostas à representação subjacente, que demonstraria o conhecimento que o falante possui sobre a língua – a que Chomsky chamou de competência linguística, e Saussure, de langue.


De acordo com esta teoria, com um limitado conjunto de regras gramaticais e um conjunto finito de palavras, os falantes são capazes de gerar infinitas frases bem formadas, sendo esta capacidade algo inato ao ser humano. 

Trata-se da Gramática Universal (GU), que não significa que todas as línguas sejam movidas por uma mesma gramática, nem que os seres humanos nasçam com o conhecimento das gramáticas de todas as línguas, mas que existe uma série de regras que ajudam as crianças a aprenderem sua língua materna. 

Aliás, esta proposta se baseia no fácil aprendizado das línguas pelas crianças – até mesmo em relação a idiomas estrangeiros.


Assim, a GU investiga as características linguísticas comuns a todas as línguas do mundo, estabelecendo regras que contribuam para com o aprendizado, e que sejam de conhecimento - inconsciente - dos falantes.


As teorias de Chomsky foram dominantes nas décadas de 1960 a 1980, e ainda é estimada por muitos linguistas. 

Outros estudos subsequentes vieram, com enfoques pragmáticos, funcionais e cognitivos. 

Vale ressaltar o surgimento da linguística experimental, no final do século XX, e da teoria linguística diversificada, surgida no começo do século XXI. 

BIBLIOGRAFIA:


FIORIN, J. L. (Org.) Introdução à Linguística. Volume I. 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2003.
ORLANDI, E. P. O que é lingüística? 2. ed. - São Paulo: Brasiliense, 2009.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2009. 

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

GUERREIRO, R. P. Gerativismo e os pensamentos que levaram às concepções linguísticas atuais . Disponível em http://seguidoresdesaussure.blogspot.com.br/2011/12/gerativismo-o-pensamento-que-levou.html.

Quem foi Saussure? - Introdução à Linguística

Para que o nome dado a este blog não faça sentido só aos habituados à Linguística, apresentarei quem foi Saussure, mas, antes, precisarei contar qual exatamente é o objeto dessa ciência.


Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal, diferindo-se da Semiologia, por esta, mais abrangente, englobar a linguagem não-verbal, transmitida através de qualquer fenômeno cultural como sistema de significação - como as artes em geral, a culinária, a religião, etc.


Ferdinand de Saussure (1857 - 1913) foi um filósofo suíço, tido como o fundador da Linguística Moderna, devido às valiosas contribuições para que ela se tornasse uma ciência autônoma. 

Saussure
Influenciado por um amigo filólogo, Adolphe Pictet, iniciou - a princípio, conjuntamente com Química e Física - seus estudos linguísticos, dedicando-se à gramática das línguas latina e grega; posteriormente - ao perceber que este era seu real interesse -, focou-se, exclusivamente, na Linguística, estudando as línguas europeias.


Entre os anos de 1907 e 1910, lecionou na Universidade de Genebra, ministrando cursos de Linguística. A divulgação de suas ideias se deu três anos após sua morte, através do empenho de seus alunos, Charles Bally e Albert Sechehaye, que compilaram as anotações feitas por um terceiro aluno, Albert Riedlinger, das informações dadas nas aulas ministradas por Saussure. Foi, assim, composto o livro Cours de Linguistique Générale, publicado em 1916.


As ideias de Saussure deram origem ao Estruturalismo, que propunha uma teoria do valor linguístico – em termos de equivalência ou de oposição – que as línguas atribuem aos sons selecionados a partir do inventário fonético universal, dando maior importância às estruturas – no sentido de inter-relações – do que aos elementos.


Apesar de seu interesse pelas mudanças da linguagem através dos tempos (Linguística Diacrônica), o objetivo de Saussure, com o material que apresentava em seus cursos, era desenvolver uma teoria mais generalizada da Semiologia, concentrando-se em como se relacionavam os elementos da linguagem no presente (Linguística Sincrônica), focando-se na língua – a que ele chamava de langue – e, não, na fala - a que ele chamava de parole.




Para Saussure, a língua era um sistema de signos - um conjunto de unidades organizadas, formando um todo – compostos por significante – que se trata da imagem acústica projetada em nossa mente, sendo, portanto, algo psíquico, e não físico – e significado – aquilo que a palavra quer dizer. 

Desta forma, considera-se que a atribuição de um significado a um significante seja arbitrário, convencional e imotivado.


Portanto, Saussure excluiu da Linguística a Diacronia – por considerá-la incompatível com a noção de sistema e evolução - e a fala - por achá-la um ato individual daquele que a utiliza, e sujeita a fatores externos. 



Outro conceito dicotômico desta teoria é a visão de Saussure em relação a sintagma e paradigma:

sintagma se refere à combinação dos elementos linguísticos na formação de uma cadeia com significado, ou seja, a combinação de fonemas na formação de uma palavra. 

paradigma constitui-se do conjunto de palavras que se inter-relacionam em significado, ou seja, semanticamente.

A proposta de Saussure influenciou muitos linguistas no período entre a I a e II Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, Leonard Bloomfield (1887-1949) desenvolveu sua própria versão de Estruturalismo, o que o tornou o fundador da Linguística Estruturalista norte-americana.

Bloomfield
Sob influência do Behaviorismo – escola psicológica baseada no estudo objetivo do comportamento -, Bloomfield empenhou-se no comprometimento com a Linguística como uma ciência independente, defendendo o uso de metodologia científica.

Seu trabalho foi considerado por muitos como o próprio Estruturalismo, porém foi combatido por Chomsky, que discordava de sua visão behaviorista, propondo uma visão mentalista da língua.

BIBLIOGRAFIA:

ARONOFF, M. & FUDEMAN, K. What is Morphology. Wiley-Blackwell, 2010. 

CALVET, L. J. Sociolinguística: uma introdução crítica. 3. ed. - São Paulo: Parábola, 2002. 

FIORIN, J. L. (Org.) Introdução à Linguística. 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2003. 
ORLANDI, E. P. O que é lingüística? 2. ed. - São Paulo: Brasiliense, 2009. 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 27. ed. - São Paulo: Cultrix, 2006. 
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2009.


COMO CITAR ESTE ARTIGO:



GUERREIRO, R. P. Quem foi Saussure? Uma introdução à Linguística. Disponível em http://seguidoresdesaussure.blogspot.com.br/2011/12/quem-foi-saussure-introducao-linguistica.html.

Linguística para todos!

Sou Rejane Guerreiro, uma eterna estudante da Linguagem, aficionada por Genealogia, amante das Artes e adepta da Psicanálise.

Em 2011, criei o blog Seguidores de Saussure com o intuito de compartilhar os conhecimentos que eu estava adquirindo na Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística na Unicamp...

... pois, conforme eu ia entendendo a teoria, ia percebendo que ela poderia estar disponível para todos de uma maneira muito mais palpável do que nos livros e artigos destes cientistas “malucos” que escrevem de maneira tão erudita.


Para este ano de 2014, pensei em algo diferente, mas complementar. Será feita uma completa reformulação do blog contendo, além da teoria, aplicações da Linguística direcionadas aos amantes das Línguas Portuguesa e Inglesa...

... o dia em que eu aprender uma língua nova, compartilharei minhas impressões aqui também.

Essas aplicações estarão em forma de poesia, redação, leitura, cinema e dicas em geral para estudantes das línguas supra citadas. 

Talvez escape algum besteirol, mas quando se trata de linguagem... tudo está relacionado.