Para que o nome dado a este blog não faça sentido só aos habituados à Linguística, apresentarei quem foi Saussure, mas, antes, precisarei contar qual exatamente é o objeto dessa ciência.
Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal, diferindo-se da Semiologia, por esta, mais abrangente, englobar a linguagem não-verbal, transmitida através de qualquer fenômeno cultural como sistema de significação - como as artes em geral, a culinária, a religião, etc.
Ferdinand de Saussure (1857 - 1913) foi um filósofo suíço, tido como o fundador da Linguística Moderna, devido às valiosas contribuições para que ela se tornasse uma ciência autônoma.
Saussure |
Entre os anos de 1907 e 1910, lecionou na Universidade de Genebra, ministrando cursos de Linguística. A divulgação de suas ideias se deu três anos após sua morte, através do empenho de seus alunos, Charles Bally e Albert Sechehaye, que compilaram as anotações feitas por um terceiro aluno, Albert Riedlinger, das informações dadas nas aulas ministradas por Saussure. Foi, assim, composto o livro Cours de Linguistique Générale, publicado em 1916.
As ideias de Saussure deram origem ao Estruturalismo, que propunha uma teoria do valor linguístico – em termos de equivalência ou de oposição – que as línguas atribuem aos sons selecionados a partir do inventário fonético universal, dando maior importância às estruturas – no sentido de inter-relações – do que aos elementos.
Apesar de seu interesse pelas mudanças da linguagem através dos tempos (Linguística Diacrônica), o objetivo de Saussure, com o material que apresentava em seus cursos, era desenvolver uma teoria mais generalizada da Semiologia, concentrando-se em como se relacionavam os elementos da linguagem no presente (Linguística Sincrônica), focando-se na língua – a que ele chamava de langue – e, não, na fala - a que ele chamava de parole.
Para Saussure, a língua era um sistema de signos - um conjunto de unidades organizadas, formando um todo – compostos por significante – que se trata da imagem acústica projetada em nossa mente, sendo, portanto, algo psíquico, e não físico – e significado – aquilo que a palavra quer dizer.
Desta forma, considera-se que a atribuição de um significado a um significante seja arbitrário, convencional e imotivado.
Portanto, Saussure excluiu da Linguística a Diacronia – por considerá-la incompatível com a noção de sistema e evolução - e a fala - por achá-la um ato individual daquele que a utiliza, e sujeita a fatores externos.
O sintagma se refere à combinação dos elementos linguísticos na formação de uma cadeia com significado, ou seja, a combinação de fonemas na formação de uma palavra.
O paradigma constitui-se do conjunto de palavras que se inter-relacionam em significado, ou seja, semanticamente.
Bloomfield |
Sob influência do Behaviorismo – escola psicológica baseada no estudo objetivo do comportamento -, Bloomfield empenhou-se no comprometimento com a Linguística como uma ciência independente, defendendo o uso de metodologia científica.
Seu trabalho foi considerado por muitos como o próprio Estruturalismo, porém foi combatido por Chomsky, que discordava de sua visão behaviorista, propondo uma visão mentalista da língua.
BIBLIOGRAFIA:
ARONOFF, M. & FUDEMAN, K. What is Morphology. Wiley-Blackwell, 2010.
CALVET, L. J. Sociolinguística: uma introdução crítica. 3. ed. - São Paulo: Parábola, 2002.
FIORIN, J. L. (Org.) Introdução à Linguística. 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2003.
ORLANDI, E. P. O que é lingüística? 2. ed. - São Paulo: Brasiliense, 2009.
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 27. ed. - São Paulo: Cultrix, 2006.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2009.
COMO CITAR ESTE ARTIGO:
GUERREIRO, R. P. Quem foi Saussure? Uma introdução à Linguística. Disponível em http://seguidoresdesaussure.blogspot.com.br/2011/12/quem-foi-saussure-introducao-linguistica.html.
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